sexta-feira, 13 de novembro de 2009

soberanias


foi com as mãos enfiadas nos bolsos, o peito a galope e dor que a mulher a galope sorriu tudo bem então e deu de ombros e inclinou levemente a cabeça para o lado, e sacou da bolsa seu maço de cigarros, e pediu ao garçon um isqueiro, fazendo questão de se demorar, fazendo questão de constranger, com o peito a galope a mulher a galope sorria amarga e completava as frases com enfim. enfim. enfim. enfim dito, enfim que por óbvio, enfim que nunca mais, e não chorava, e não gania, a mulher a galope finalmente livre

unicamente porque ele assim o quis.

2 comentários:

  1. Que triste! Angustiante a situação dessa personagem. Gostei do texto.

    "e sacou da bolsa seu maço de cigarros, e pediu ao garçon um isqueiro, fazendo questão de se demorar, fazendo questão de constranger (...)"

    Essa é a parte que eu mais gostei. É terrivelmente honesto e auto-destrutivo.

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  2. acho muito libertador o galope. beijos & saudade

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